quarta-feira, abril 18, 2012

Artigo do Mês - É preciso fechar a porta da Igreja

O episodio aconteceu no caminho que desce de Jerusalém para Gaza. Um homem, cujo nome não é relatado, talvez, porque o autor preferiu destacar uma particularidade e não o nome em si. Nós o conhecemos simplesmente como o “eunuco etíope”. O fato está registrado em Atos 8: 26-39. O que é um eunuco? Qual o trabalho que ele desempenhava?
A palavra eunuco, se aplicada em sua forma exata, significava homem desprovido de masculinidade, ou seja, varão castrado. Geralmente servia nas cortes, como ajudante da rainha e nos harém, local reservado às mulheres do Rei. Mas também havia aqueles que ocupavam cargos importantes na corte e serviam como conselheiros oficiais e guardas na porta dos palácios. (Ester 1:10; 2:21; 7:9;Dn1). O eunuco etíope alcançou uma posição de chefe de Estado, sendo mordomo mor e superintendente dos tesouros de Candace, espécie de dinastia, era próspero financeiramente, comia e bebia do bom e do melhor, era respeitado e possuía grande influência no governo. Ele tinha aquilo que é o desejo de muitos: sucesso
Mas apesar de tudo isso algo o incomodava e um vazio tremendo dominava sua alma. Ele continuava sendo um eunuco e estava condenado a viver sozinho, não ter descendência, quando morresse não teria filhos nem netos para contar sua história. Não teria geração. Sua vida terminaria com ele mesmo. O futuro o aterrorizava. E em busca de algo que lhe satisfizesse, e lhe trouxesse alegria e esperança, ele subiu a Jerusalém, por que ouviu falar de um Deus de milagres, de um Deus que traz paz e conforto aos corações anelantes. E aquele homem subiu para adorar esse Deus.
O eunuco etíope subiu para adorar, mas estava voltando para casa triste, vazio e com o coração sobrecarregado de angústia. Ele que foi a Jerusalém tentar entender e dar significado a sua vida voltou desapontado com o que viu e ouviu.  O que o deixou tão desapontado? Deixemos a pena inspirada nos responder:
 O pátio do templo estava cheio de gado, ovelhas, bois e pombas. Acima do barulho do mugido do gado, do balido das ovelhas e do arrulhar das pombas, podia-se ouvir a voz dos negociantes, ao oferecerem para a venda animais e aves, ao mais alto preço..” Cristo Triunfante, MM -2002 pág. 254
“Sacerdotes e príncipes fixaram-se numa rotina de cerimonialismo. Satisfizeram-se com uma religião legal e era-lhes impossível dar a outros as vivas verdades do Céu.” AA pág. 15
Duas coisas destacavam-se naquele cenário e uma era conseqüência da outra: primeiro, perdeu-se o senso da presença de Deus e de Sua Santidade e Majestade dando assim, lugar a um cerimonialismo legalista tornando o culto formal, mecânico e desprovido de poder e como resultado não se distinguia o Santo do profano e portando transformando o pátio do templo em um balcão de negócios. A igreja daqueles dias não entendia o significado de adoração. Será que a igreja de hoje sabe o que é adoração? Charles Swindoll, no livro “A noiva de Cristo’ diz: “Em muitas igrejas há programas e atividades... Mas pouca adoração. Há cânticos, hinos e programas musicais... Mas muito pouca adoração. Há avisos, leituras e orações... Mas muito pouca adoração. A Noiva de Cristo, pág. 45 Editora Vida – 1990


O que é adoração? Adoração é comunhão entre Deus e o homem. É a expressão mais profunda do homem para com Deus e envolve a pessoa toda, o ser completo, corpo, mente espírito. Na adoração reconhecemos a santidade e a majestade de Deus e diante desse pensamento prestamos a Ele um culto racional (ver Rom12:1). Na adoração aprendemos a reverenciar Deus e a não tomar o Seu Nome em vão (Hc 2:20; êxodo 20:7). Na adoração ouvimos a voz de Deus (ver Isaías 28: 23). A adoração dá-se quando o homem, através de seu espírito, chega à amizade e intimidade com o ser Divino (Salmo 25:14).
Voltemos à pena inspirada: “Se Jesus entrasse nas igrejas de hoje, e visse as festas e comércio iníquos ali levados a efeito em nome da religião, não expulsaria Ele a esses profanadores, assim como baniu do templo os cambistas?” O Grande Conflito pág. 474
 Se Jesus entrasse nas igrejas de hoje...” Qual seria sua reação? O que Ele encontraria? E as pessoas que são convidadas a participar, os “eunucos espirituais” dos nossos dias, pessoas desprovidas do conhecimento de Deus, mas que sabem do estilo de vida e da doutrina adventista. O que elas diriam? Como retornariam para suas casas?
Infelizmente, em muitos desses encontros, o louvor e adoração a Deus, tem sido colocado em segundo plano. A irreverência tem dominado e a atenção dos adoradores é desviada para os “mercadores”, muitos deles chamados pelo Nome do Senhor, que transformam o ambiente que seria para adoração, em praça de alimentação e lojas de suvinis, e tudo isso acontecendo nas horas sabáticas.
Patriarcas e Profetas, pág. 301. “Deus exige que Seu santo dia seja observado hoje de maneira tão sagrada como no tempo de Israel”.
Isso nos leva a outro episódio com algumas  semelhantes. Quando Israel retornou do cativeiro babilônico, sob as ordens de Neemias, uma reforma religiosa foi efetuada em Jerusalém a fim de levar o povo à verdadeira adoração a Deus. E entre essas reformas estava à obediência a lei divina, e a providencia imediata foi fechar as portas de Jerusalém para os mercadores no dia de Sábado.    
Neemias 13: 17-18 “Então contendi com os nobres de Judá, e lhes disse: Que mal é este que fazeis, profanando o dia de sábado? E sucedeu que, ao começar a fazer-se escuro nas portas de Jerusalém, antes do sábado, eu ordenei que elas fossem fechadas,... Para que nenhuma carga entrasse no dia de sábado. Então os negociantes e os vendedores.... Daquele tempo em diante não vieram no sábado.”
Assim como Neemias, empreendeu uma grande reforma na adoração e na observância do sábado em Jerusalém nós, igualmente, com a graça divina, empreendamos reforma semelhante na nossa vida e em nossa igreja. A vida espiritual nunca prospera quando o dia de repouso é pisoteado. Os que O profanam pouco consideram o mal que fazem. O sábado é santificado quando nenhuma atividade secular interrompe a adoração, e a comunhão com Cristo, o Senhor do sábado.
            O eunuco estava voltando para casa triste e desapontado. Deus não abandona os verdadeiros adoradores. Levado pelo Espírito Santo, Felipe foi ao encontro daquele homem explicou-lhe as Escrituras e o mesmo foi conduzindo ao batismo.
           Até quando Deus terá que atuar de maneira prodigiosa na vida daqueles que vêem até nossas igrejas ou nos grandes encontros, mas que por negligencia, irreverência e falta de compromisso, os deixamos escapar?  Devemos responder pelos pecados que outros cometem levados por nosso mau exemplo.  Precisamos aprender a ter intimidade com Deus, a conhecer quem Ele É. Deus busca adoradores, que o adorem em Espírito e em verdade. Precisamos conhecer mais sobre adoração, precisamos aprender a adorar a Deus. A adoração precisa ser estabelecida.



Veríssimo Santos

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