
Logo nos dias seguintes aos atentados contra os EUA, uma ideia era comum: o mundo não mais seria o mesmo. Grandes mudanças se iriam operar, algumas por força, outras por precaução, outras ainda por fanatismo. Provavelmente, alguns exageros seriam cometidos; mas a ânsia de evitar a repetição de tais eventos seria capaz de esticar ao máximo os limites de ações menos desejáveis.
Os EUA parecem gostar de assumir este papel: ter um inimigo para combater, sempre em prol, supostamente, de um mundo mais seguro e pacífico, livre das ameaças ao bem-estar dos povos. O que normalmente se esquecem de mencionar é que, para eles, o mais relevante é aquilo que vai de encontro dos supremos interesses da sua nação, nem que para isso tenha de se correr o risco de se vir a lamentar oficialmente alguns… danos colaterais.
É por isso que, depois da queda do comunismo, iniciada em 1989, os EUA ficaram como que órfãos de um motivo para agir, uma razão para atuar, enfim, um inimigo visível a enfrentar. Mas agora, eis que de novo e de forma avassaladora, recuperavam um belo argumento – e que melhor podia ser, sendo que isso, de novo, implicava a paz global?!
Assim, fazendo jus à fama que parecem ter de serem justiceiros mundiais, exerceram com algum despotismo uma guerra muitas vezes mais mediática e sensacionalista do que real, contra a arquiameaça então surgida: o chamado terrorismo internacional, entretanto estendido a outras nações como Espanha e Reino Unido.
Com mais ou menos honestidade e mais ou menos dificuldade, ao fim de uma década, o resultado não surpreende os atentos: a posição americana como superpotência mundial sai reforçada. Nenhuma outra nação lhe pode fazer frente militarmente; e, na diplomacia, a maioria parece-lhe mais subserviente do que até mesmo parceiro.
O anúncio da morte de Osama Bin Laden, líder da organização que supostamente promoveu os atentados de 2001, foi como que a sentença final: “quem quer que se nos oponha, será derrotado”.
E logo (quase) todos se apressaram em reconhecer o mérito dessa supremacia americana.
E quanto à Europa? O que dizer dessa multiplicidade de nações, algumas tão diferentes das outras, que, e isto é histórico, insistem em tentar – sem sucesso, claro! – contrariar a profecia bíblica de Daniel 2, que anuncia a não união (apesar de juntas em muitos propósitos) entre elas?
Normalmente, a Europa é uma tradicional aliada dos EUA. Não admira portanto que, regra geral, todas as iniciativas americanas (militares, diplomáticas) pelo mundo fora tenham vindo a ser usualmente aceites sem grande discussão na Europa. E quando há motivos de desacordo, o transpirar disso para o público é evitado ao máximo.
Mas algo que parece evidente nos anos mais recentes é que os líderes europeus parecem mais preocupados com as graves crises (não apenas financeira! Olhe para as revoltas sociais em diferentes países e comprove isso!) que a têm assolado, desdobrando-se em tentativas de encontrar uma solução para esses problemas.
Solução essa que, diga-se, não têm encontrado: frequentemente, lá surgem algumas vozes autorizadas mostrando o seu ceticismo em relação ao projeto europeu e a uma Europa a uma só voz. Além disso, já se ouvem alguns comentários sugerindo a iminente e inevitável rutura do projeto do Euro, a moeda única europeia.
Assim, embrenhados nas suas próprias dificuldades internas, parecem estar conformados como simples espetadores da atuação americana no mundo.
Nada que nos surpreenda: por um lado, Daniel 2 avisa que a Europa poderá agir em conjunto (tal e qual o ferro e o barro, na estátua profética, estão juntos), mas desunida, desligada, em desacordo no essencial (tal e qual os mesmos ferro e barro não se unem).
Por outro lado, e não menos significativo, os Estados Unidos da América, independentemente de métodos que podem ser discutíveis, assumem cada vez mais um controlo sobre os grandes e principais assuntos da governação mundial, com cada vez menos oposição por parte seja de quem for. A estratégia americana parece prevalecer mais à medida que o tempo passa.
Mais uma vez, não há surpresa alguma: conforme anunciado com quase vinte séculos de antecedência, o registo profético de Apocalipse 13:11-17 aponta para a nação americana como vindo a ter um poderio supremo (sob várias formas) sobre os povos e as nações do mundo. Por isso, se agora vemos esse poder em crescendo constante, é caso para dizer que bate tudo certo…
Afinal de contas, o mundo não terá mudado assim tanto nos últimos dez anos. Eu diria antes que, no essencial, o que se nota de diferente é o reforço da posição da grande nação americana como única superpotência mundial. Como um poder político que se ergue bem acima de todos os outros de forma a que estes lhe reconheçam essa superioridade e se lhe tornem seguidores, imitadores, diria mesmo obedientes.
Ao fazer esta constatação, o comum cidadão do mundo pode ficar receoso quanto ao futuro. Mas o fiel estudante da Bíblia, apenas percebe em todos estes desenvolvimentos um aproximar cada vez mais concreto do cenário final da História deste mundo. Tal e qual a Escritura diz que será.
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