No ultimo final de semana a igreja Adventista voltou sua atenção para tratar de um assunto polêmico e real no Brasil: violência contra mulher.
O projeto já é conhecido, “Quebrando o Silêncio”, e neste ano teve um enfoque direcionado na violência contra as mulheres, com o slogan Acabe Agora com isso, mas não se esquecendo das crianças e idosos.
No Maranhão os índices de violência assustam. O disque 180 registrou 1 denúncia de mulher abusada sexualmente ou violentada a cada 8 horas. Somente em São Luís, 574 registros foram feitos de janeiro a julho deste ano.
Desde o início de agosto tem sido realizadas parcerias com prefeituras, empresas, chás beneficentes, divulgação em mídias, em prol do projeto Quebrando o Silêncio.
Mas foi no último 28 de agosto que espalhados em 44 pontos, 25 mil pessoas voluntárias soaram um grito contra a violência nas ruas do norte do Maranhão.
Na parte da manhã, mais de 600 igrejas Adventistas da Associação Maranhense, realizaram o culto voltado ao tema do projeto. Já na parte da tarde as manifestações públicas invadiram as ruas do estado.
Na região central de São Luís, entregas de panfletos pelo centro histórico da cidade marcaram o evento.
Já no Itaqui Bacanga, região de maior problema com violência doméstica da capital maranhense, a concentração aconteceu na Praça das 7 Palmeiras, e mais de mil pessoas percorreram avenidas dos bairros Anjo da Guarda e Vila Embratel.
Na região da Cohab as manifestações foram feitas no terminal rodoviário do bairro. Alunos da Escola Adventista da Cohab, juntamente com membros da igreja Adventista entregaram foolders e revistas aos moradores.
No bairro do Aeroporto os impactos na população aconteceram durante toda a semana, onde as escolas públicas da região receberam a visita de coordenadores do projeto, que além de darem orientações para as crianças, deixaram uma revista especial com linguagem infantil que fala sobre violência.
Na região do Maranhão Novo, o Colégio Adventista de São Luís (CASL), impactou uma das principais avenidas da cidade com carreatas, passeatas e palestras sobre o assunto.
Mas foi em Barreirinhas onde o ponto culminante teve um grande destaque. Apesar da cidade abrigar belezas naturais e inconfundíveis como o Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses, possui o maior índice de violência contra a mulher em todo o estado. De acordo com Ana Maria Rocha , conselheira tutelar da cidade, a violência contra a mulher é intensa e a pedofilia constante, sendo um dos principais motivos o turismo sexual, que é muito forte na região.
Uma equipe de coordenadores do projeto reuniu forças na cidade, e depois de uma passeata que contou com mais de 1300 pessoas, a comunidade se reuniu na principal praça da cidade para assistirem palestras sobre violência.
Uma das palestras contou com a participação da advogada Thayse Queiroga, que falou sobre a lei Maria da Penha e deu orientações de como as mulheres podem denunciar abusos sem correr riscos.
O evento contou com manifestações como uma faixa, onde os que ali passaram deixaram sua mãos marcadas contra a violência.
Além do sábado, no domingo 29, cerca de 500 mulheres da comunidade participaram de oficinas profissionalizantes desenvolvidas pelo projeto. Elas aprenderam como fazer decoupagem em sabonete e artesanatos em pedrarias, e ainda, assistiram a palestras sobre Auto-Estima.
As emissoras de televisão Mirante (afiliada da TV Globo), TV Cidade (afiliada da TV Record), TV Maranhense (afiliada da TV Bandeirantes), bem como o jornal impresso Estado do Maranhão e diversas rádios da cidade, estiveram presentes em vários pontos das mobilizações divulgando o evento.
No dia 02 de setembro uma Sessão Solene acontecerá na Assembléia Legislativa do Governo do Estado do Maranhão. Na ocasião lideres públicos e religiosos acompanharão a abrangência do projeto do norte do estado e os planos para novas manifestações.
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