sexta-feira, agosto 13, 2010

Semeando Tempestades - Jugo Desigual no Namoro

A Líder de Jovens começa a namorar um rapaz atraente e inteligente. É um bom moço, Cristão, inclusive! Só tem um detalhe... ele não é Adventista. Ouvindo isso, seus amigos começam a ponderar: “Então... se ela pode, por que eu não posso?” Muitos questionam os conselhos que recebem sobre esse assunto. Afinal, devemos testemunhar aos outros de nossa fé, não é verdade? Qual é o limite entre o recomendável, o aceitável e que o não é nenhum dos dois? Onde começa o perigo, quando o assunto é amizade, ficar e namorar com pessoas de outra fé ? Considerando a Igreja como um só corpo, acredito que quando se inicia um namoro, não só o membro, mas a Igreja estará em perigo: a semente da apostasia foi lançada. Seu nome? Jugo desigual. No Namoro? É Claro. Não precisa ser casamento para ser jugo desigual. Pouco a pouco, o exemplo pessoal, os argumentos e as justificativas realizam uma obra que de início, parece inofensiva. Mas logo a Igreja sente seus efeitos. Nenhum Jovem consegue mais ver razão para se engajar num ministério pelos Jovens, pela Igreja, e muito menos pelos seus semelhantes. A Igreja está estancada. Apenas o inimigo das almas se alegra com o vazio das liturgias, dos cultos JA improvisados e sem vida, e com a perplexidade dos poucos que ainda tentam fazer a área jovem crescer, sem resultados. Qual é o problema?

- “Achamos que tínhamos feito a nossa parte”, alega a liderança. “Afastamos esses jovens dos cargos. Achamos que tudo estaria resolvido.” Outros tentaram evitar o assunto, buscando explicações diferentes para os problemas da igreja. Até que a moça decide se casar com o tal rapaz. Por todas as melhores razões do mundo, ele é o único para ela! Não interessam os conselhos, as visitas pastorais, as orações, as admoestações dos adultos e dos “velhos”. Ela é dona do próprio nariz. Os anos se passam. Seu nome já está quase esquecido por alguns, quando de repente, num desses dias, ali está ela, de volta à Igreja. Arrependida, gastada pelo sofrimento, cansada de chorar, vítima de suas próprias decisões.

- “Foram dez anos perdidos.” Ela comenta, acrescentando:

-“ Como eu me arrependo, Pastor!”

Há inúmeros casos como o dela. Casos que se multiplicam, fazendo-nos perguntar: Como temos reagido à questão do Namoro com não Adventistas em nossa Congregação?

“Todo mundo faz. Por que eu não posso?” Este é um grande argumento, não?

Nosso coração é enganoso, corrupto (Jr 17:9). Nossa tendência é eleger em função do que agrada os sentidos. Então que critério deveríamos usar para pensar sobre esse tema? Basta analisar alguns dos registros históricos da Bíblia , e veremos que há ali uma mensagem para a nossa geração, entre a qual estão os que perguntam: “Por que eu não posso?” vejamos alguns casos onde a tendência de usar a beleza e a atratividade como únicos critérios para escolher um relacionamento (ou mesmo o futuro cônjuge), sem pesar o aspecto espiritual, a religião e os valores da pessoa resultaram em graves conseqüências.

O Capítulo 6 de Gênesis é um testemunho histórico que aponta a corrupção moral, como principal causa do Dilúvio. Gn 6:2 mostra que os “filhos de Deus”, ou seja, os descendentes de Sete, (Primogênito de Adão [Gn 5:3] e um dos Patriarcas que transmitiu a promessa do Messias à linhagem de Noé) começaram a se unir às “filhas dos homens” em casamento. Estas, por sua vez, eram descendentes de Caim. “Essas alianças profanas entre Setitas e Cainitas foram a causa do rápido aumento da impiedade entre os primeiros(...) Os Setitas não prestaram atenção às admoestações que seguramente devem ter recebido. Por causa da atração dos Sentidos, não se satisfizeram com as belas filhas da linhagem piedosa, e com freqüência elegeram esposas entre os Cainitas. Além disso, o uso da forma no plural “mulheres”, parece sugerir que predominava a poligamia.” SDABC 1, 262.

O Comentário Bíblico Adventista nos lembra o fato de que “Deus sempre aconselhou a seus seguidores para que não se casem com incrédulos, devido ao grande perigo ao que se expõe o crente, e diante do qual geralmente sucumbe.” Ibid. No sensível assunto do Jugo desigual, até Abraão tinha cicatrizes. Não é à toa que ele exigiu que seu servo, Eleazar, prometesse sob juramento, escolher criteriosamente uma esposa para Isaque. (Gn 24:3,4) vamos entender por que. “Abraão tinha notado o resultado dos casamentos mistos entre aqueles que temiam a Deus e os que não O temiam, desde os tempos de Caim até o seu tempo. As conseqüências de seu próprio casamento com Agar, e das alianças matrimoniais de Ismael e de Ló, estavam perante ele. Da falta de fé por parte de Abraão e Sara tinha resultado o nascimento de Ismael, mistura da semente justa com a ímpia. A influência do pai sobre seu filho era contrariada pela dos parentes idólatras da mãe, e pela ligação de Ismael com esposas gentias. A inveja de Agar, e das esposas que ela escolhera para Ismael, rodeou sua família com uma barreira que Abraão debalde se esforçou por sobrepujar.

Os primeiros ensinos de Abraão não foram destituídos de efeito sobre Ismael, mas a influência de suas mulheres teve como resultado estabelecer a idolatria em sua família. (...) a poderosa nação que dele descendera foi um povo turbulento, gentio, que sempre foi um incômodo e aflição para os descendentes de Isaque.” Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, 173,174. Entre as Planícies de Moabe, a leste do Mar Morto, o povo de Israel se acampou numa região de frondosas acácias (Sitim). Nm 25:1 diz: “Habitando Israel em Sitim, começou o povo a prostituir-se com as filhas dos moabitas.” Atraídos pelo convite de algum tipo de Concurso “Miss Moabe 1405 a.C”, esses rapazes se entregaram facilmente à oferta de prazer das jovens moabitas, as quais os convidaram depois a participar da adoração a Baal. Uma armadilha perfeita. Afinal, era um esforço de guerra. Qualquer estratégia valia! E deu certo. 24.000 israelitas perderam a vida na ocasião, e dessa forma o inimigo das almas conseguiu uma ousada e retumbante vitória sobre a nação santa. Tudo porque os jovens não disseram “não, Obrigado!” As condições especiais do nascimento de Sansão mostram que a sua responsabilidade diante de Deus era proporcional à sua força. Apesar disso, ele deixou que a visão determinasse seus valores. “toma-me esta, porque só desta me agrado”. (Jz 14:3) Uma união em Jugo Desigual , contrária às recomendações divinas, não podia dar em outra coisa. Foi por seu casamento que se iniciou um Ciclo de Violência que duraria vinte anos. Mas Sansão continuava atrás de mulheres filistéias (Jz 16:1) até que se afeiçoou por Dalila. Vez após vez, driblando a chantagem emocional que ela lhe fazia para obter o segredo, Sansão confiou demais em si, acreditando que a força era sua, até que, adormecido pelo pecado, despertou tarde demais para voltar atrás. Salomão nunca precisou se esforçar para obter riqueza ou fama. Nasceu em berço de ouro. Filho de Bate Seba e do grande Rei Davi, ascendeu ao trono de Israel com humildade, pedindo sabedoria a Deus, e recebeu muito mais do que isso.

Do capítulo 3 ao 10 vemos sua trajetória de ascenção: empreendimentos de sucesso , como o Templo em Jerusalém. Salomão estava no auge. Era uma estrela de primeira grandeza. Mas as páginas de sua biografia são manchadas com um registro estremecedor. “Ora, além da filha de Faraó, amou Salomão muitas mulheres estrangeiras: moabitas, amonitas, edomitas, sidônias e hetéias”. E o texto ainda ressalta: “Mulheres das nações de que havia o Senhor dito aos filhos de Israel: Não caseis com elas, nem elas convosco, pois vos perverteriam o coração, para seguirdes aos seus deuses. A estas se apegou Salomão pelo amor”. O resultado não podia ser outro: “suas mulheres lhe perverteram o coração.” (1 Rs 11:3) por causa da influência de suas mulheres, não apenas o Rei Salomão, mas toda a Nação declinou na Idolatria, da qual resultaram guerra,divisão do reino, aniquilação de Israel e o exílio de Judá.

Filho de Onri, que fundou uma respeitada dinastia no reino do norte, durante os 22 anos de seu reinado, Acabe escolheu fazer o mal, (1 Rs 16:30) mesmo tendo diante de si vários profetas de Deus. O mais conhecido, foi nada menos do que Elias, o tesbita. Por que Acabe finalmente rejeitou tantas demonstrações do poder de Deus? Porque sua mulher o influenciava. É errado escutar a mulher ou se deixar influenciar por seus conselhos? Se a esposa for Jezabel... a resposta é sim! Afinal, ela era uma princesa pagã, filha de Etbaal, rei dos Sidônios (1Rs 16:31). A Bíblia não diz que Acabe se casou com ela à força. Ele escolheu isso! Os resultados foram os piores possíveis. Acabe promoveu, por exemplo pessoal e por medidas políticas, a adoração a Baal no território de Israel. Levantou um Altar a Baal em Samaria e fez um Poste Ídolo, uma Imagem do deus Baal, provedor da Chuva e da Fertilidade do Solo. Deus lhe concedeu ainda muitas oportunidades para mudar, muitas evidências de que desejava seu arrependimento. Mas foi em vão. Elias foi chamado um última vez para proferir a sua Sentença: A Linhagem de Acabe seria exterminada. Ele morreria em Batalha muito em breve, e Jezabel também provaria a Justiça de Deus. (I Rs 21:19) Sua tristeza não resolveu o problema. Já não tinha força para reverter sua situação, pois havia tomado sua decisão de maior peso na vida ao se casar com uma princesa idólatra 20 anos antes. (I Rs 16:29). Muitos estão familiarizados com o conselho inspirado: “Não vos ponhais em jugo desigual com os incrédulos; porquanto que sociedade pode haver entre a justiça e a iniqüidade? Ou, que comunhão, da luz com as trevas? Que harmonia entre Cristo e o maligno? Ou que união do crente como o incrédulo? Que ligação entre o Santuário de Deus e os ídolos?” 2 Co 6:14-16. Não é apenas no NT que se encontra esse princípio. Pelo contrário, Paulo confirma aqui , o que o AT já ensinava.

 Deus se preocupa tanto com essa questão que estabeleceu orientações muito claras ali, sendo alguns dos principais exemplos, a descrição dos problemas que surgiriam no casamento entre Israelitas e Pagãos: completa apostasia. A proteção divina seria retirada, e logo seriam alvo fácil para seus inimigos. Dt 7:3,4. Se o povo desobedecesse às recomendações divinas e se casasse com pagãos e idólatras, nunca mais os expulsaria. Perderia a proteção divina, e logo estaria à mercê de nações mais poderosas do que eles. Além disso, Deus é claro: essas mulheres ou maridos incrédulos seriam como espinhos nos seus olhos. Um incômodo insuportável, pela dificuldade de retirar (Js 23:12,13). Após o Exílio, Esdras e Neemias trabalharam duramente, sendo obrigados muitas vezes a tomar medidas drásticas, para reverter um novo avanço do mesmo problema. Informado de que entre os que voltaram do Exílio, muitos haviam se casado com mulheres estrangeiras (Ed 9:2) colocando-se sob sua influência pagã, Esdras, Sacerdote e Escriba, rasgou as vestes em sinal de grande tristeza. Orou, intercedendo por seu povo (vv. 6-15) Tendo eles se ajuntado, e reconhecido estar em grande transgressão Secanias apresentou uma solução: “Agora pois, façamos Aliança com o nosso Deus, de que despediremos todas as mulheres e os seus filhos, segundo o conselho do Senhor e o dos que tremem ao mandado do nosso Deus; e faça-se segundo a Lei.” (Ed 10:3) Depois de convocada toda a nação a um ajuntamento solene (Ed 10:7-9), a ordem foi clara: “Separai-vos dos povos de outras terras, e das mulheres estrangeiras.” Duro, não é? Todos sabiam que estavam em erro, e que a bênção divina é proporcional à obediência. Muita coisa estava em jogo ali. A própria linhagem de Davi, da qual viria o Messias, passava por aquelas poucas famílias. Alguns anos mais tarde, Neemias teve que ser ainda mais rígido.

Depois de se ausentar de Jerusalém para Babilônia, onde permaneceu certo tempo diante de Artaxerxes (Ne 13:6), o Governador constatou várias irregularidades nos serviços do Templo, a falta dos levitas e cantores por causa do dízimo que já não estava sendo trazido, além do grave problema com a observância correta do Sábado. Uma vez mais, o servo de Deus registra o problema do jugo desigual: “ Vi também naqueles dias, que judeus haviam casado com mulheres asdoditas, amonitas e moabitas. Seus filhos falavam meio asdodita e não sabiam falar judaico, mas a língua do seu respectivo povo.” (Ne 13:23,24) Por estarem se propondo a formar algo parecido a uma nova teocracia, desejando ainda ser o Povo de Deus, a fidelidade a Ele era questão de Segurança Nacional. O dramático procedimento de Neemias, a seguir, não é necessariamente um exemplo em todos os seus pontos, mas demonstra claramente a preocupação que o líder tinha para com o seu povo. “Contendi com eles, e os amaldiçoei, e espanquei alguns deles, e lhes arranquei os cabelos, e os conjurei por Deus, dizendo: não dareis mais as vossas filhas aos seus filhos, e não tomareis mais as suas filhas, nem para vossos filhos, nem para vós mesmos. Não pecou nisso Salomão, Rei de Israel?” (Ne 13: 25,26 a) uma grande reforma era necessária. E se o mesmo acontece hoje em nossas igrejas , hoje, uma reforma também deve ter lugar. As coisas não mudaram do ponto de vista divino. Cristãos adultos e jovens, moças e rapazes aos quais Deus concedeu Dons Espirituais, continuam se aventurando no Jugo Desigual. Alguns alegam que seus líderes foram os primeiros a cair nesse erro, mas isso não tira de ninguém a responsabilidade por suas escolhas.

O pecado e a apostasia continuam tendo o mesmo nome, e representam o mesmo perigo. São “caminhos de morte” (Pv 14:12). O Céu continuará fechando as comportas de bênçãos para indivíduos, famílias e até congregações inteiras, por esse motivo. O problema começa quando dizemos uma coisa e fazemos outra coisa. Se isso acontece, que força moral teremos para deter a onda de apostasia que tem varrido nossas congregações, ceifando jovens vidas que poderiam ser úteis na causa da verdade, mas que se desviaram exatamente nesse ponto? Muitos jovens ficam, namoram e até decidem se casar, sem a aprovação divina, em jugo desigual com incrédulos, porque usam os direitos que Deus lhes concedeu. Afinal, eles não podem tomar decisões próprias? Admitamos que, se Deus não impõe a sua vontade sobre o livre arbítrio do homem, ninguém deveria se achar nesse direito, no trato com seus semelhantes. Em outras palavras, se Deus não passa por cima da nossa vontade, não temos o direito de impor decisões às pessoas. No fim das contas todos fazem o que querem fazer. Por outro lado, também é verdade que, junto do livre arbítrio, está incluída a responsabilidade, pessoal e intransferível de, mais cedo ou mais tarde, responder por nossas decisões. Para isso existe o Juízo, que a Bíblia menciona com destaque em tantas ocasiões. Para isso existe o governo eclesiástico que tem o dever escriturístico de advertir os membros de que seu procedimento não é recomendável.

Mas temos um problema com os nossos olhos: só vemos o que queremos ver. Só escutamos o que desejamos escutar. Só aprendemos o que temos vontade de aprender. Diante do Livre Arbítrio, a vontade é soberana à razão. Numa época de super ênfase nos direitos, viramos o rosto para as responsabilidades. Quando um Atalaia “toca a sua trombeta”, através de um conselho ou admoestação, muitos decidem não fazer caso. Mas é necessário insistir. Somos Atalaias para a geração de hoje. O que estamos dizendo aos jovens? Muitos conhecem as histórias bíblicas aqui citadas. Alguns deles já leram a Bíblia toda, inclusive. Mas não é o conhecimento que determina a Salvação. É a Vontade. A entrega a Deus. E esse mesmo Deus tem vez após vez chamado as suas ovelhas. Ele oferece aos jovens muitas oportunidades para ampliar seus horizontes pessoais. Em termos bem claros, Colportagem, Educação Adventista Superior, ou mesmo a Obra de Proclamação direta do Evangelho. Mas muitos rejeitam a idéia de crescer espiritualmente. Não acreditam nas promessas bíblicas. Surgem os pretextos. “Não há jovens na Igreja” ou “não há oportunidades!” ou qualquer outro argumento que justifique um namoro fora da igreja. Some-se a isso a realidade de uma vida espiritual vazia, e na primeira oportunidade que surge... A história se repete.

Observando um pouco mais o aspecto subjetivo (e espiritual) da questão, quando um jovem ou moça adventista, decide iniciar um relacionamento afetivo mais próximo com alguém que não compartilha a sua fé, mesmo que este(a) respeite suas posições a princípio, me pergunto: Que força moral terá para convencer seu consorte de que vive realmente o Cristianismo e que aguarda a Breve Volta de Jesus? Ao inocular seu poder de testemunho, transigindo com o jugo desigual, não se atraveria a sacar uma espada de brinquedo. Não tem coragem de se posicionar em defesa de sua fé com um “a Bíblia diz”... porque sabe que estaria atirando com balas de festim. Suas palavras não convencerão ninguém enquanto forem precedidas de uma vida contrária à vontade de Deus. Como terá coragem de dizer uma coisa, vivendo outra?

Tirando o foco dos aspectos subjetivos do problema, contudo, quero chamar a atenção para o procedimento da Igreja a esse respeito. Podemos dizer que se um membro da igreja começa a namorar com alguém nessas circunstâncias, considerando as orientações dadas por Cristo em Mt 18:15-18, a Igreja deverá aconselhá-lo. Um próximo passo seria a renuncia de seus cargos até que sua decisão pessoal resolva a questão. Mas o problema surge quando a Igreja pára exatamente nesse ponto. Ao deixar de avançar, não abrimos um mais amplo precedente para que esse costume continue crescendo dentro as nossas congregações? O problema reside no resultado prático de determinar que o membro apenas abandone os seus cargos: muitos se acomodam numa zona intermediária entre a apostasia e a plena comunhão com a Igreja. Na verdade, essa “área cinzenta” tem crescido em muitas igrejas, inchando, no meio do caminho entre o certo e o errado. Estão ali, nessa terra de ninguém, longe do alcance da disciplina eclesiástica, e bem perto dos valores do mundo, com a certeza de que nessa zona de conforto, estão seguros. Não há perigo. Não estão nas trevas, raciocinam. Só estão na penumbra.

O que fazer? A Igreja pode fazer mais. Esses membros deveriam ser censurados , mesmo antes que alguma nova informação chegue a público, justificando essa medida. Em muitos casos, já é tarde demais. Deve-se antes disso, prevenir a todo jovem que seu procedimento já está indo contra as orientações divinas. E depois de adverti-lo(a), se nada mudar, este(a) deveria ser colocado(a) sob censura. Evidentemente, se a censura é aplicada do modo incorreto, sem seguir as instruções bíblicas e éticas, ela continuará parecendo um monstro a ser temido e evitado, em vez de uma demonstração de amor . não é o que diz Hebreus 12:4-13? - “Mesmo para quem só está namorando?” - “principalmente para esses”, eu diria. No quesito “negação da Fé”. Considere o capítulo Normas de Vida Cristã , p. 182-184, do Manual da Igreja, além de todas as advertências Bíblicas sobre o perigo do jugo desigual. Eu acredito que esta deve estabelecer limites mais claros e definitivos sobre o assunto. A fé sem obras é inoperante. (Tg 2:20) O tipo de obras que realizamos demonstra o tipo de fé que temos, e uma coisa não pode ser separada da outra. Se declaro seguir a Cristo, devo obedecê-lo (Mt 14:15). Por outro lado, se meu procedimento é a desobediência, estou declarando a qualidade de minha fé através das obras.

Obediência nenhuma significa Fé nenhuma! A mesma epístola diz em alto e bom som: “Pois qualquer que guarda toda a Lei, mas tropeça num só ponto, se torna culpado de todos.” (Tg 2:10). Não obedecer em um só ponto, é não obedecer nada, ou não entregar tudo... Assim, mesmo que os limites entre o certo e o errado sejam tênues demais, não é por isso que fecharemos os olhos. Não nos pode O Senhor dar discernimento sobre isso? Se esse membro foi devidamente avisado, se todas as providências preventivas foram tomadas (Aconselhamento, Visitação e outros tipos de orientação), a repetição do erro caracteriza uma situação espiritual de alto risco. Veja Nm 25:6-8, 14,15. Nossas congregações tem presenciado muitos “Zinris e Cosbis”, mas faltam “Finéas”! Alguém também poderá imaginar que essa medida resultaria numa avalanche de relacionamentos escondidos. Me pergunto: e isso já não acontece ? O Próprio Cristo nos responde: “todo aquele que pratica o mal, aborrece a luz, e não se chega para a luz, a fim de não serem argüidas as suas obras.

Quem pratica a verdade aproxima-se da luz, a fim de que as sua obras sejam manifestas, porque feitas em Deus.” Jo 3:20,21. Jovens, vamos andar na Luz!!! É por isso que acredito numa posição mais clara da Igreja sobre isso. Nenhuma medida administrativa ou voto tomado em Reunião Plenária transformará corações rebeldes e não consagrados. Mas deixará um pouco mais claro de que lado a igreja está, e de que lado o membro faltoso decidiu ficar. E mais: caso isso seja feito, muitos serão despertados para a sua situação espiritual como talvez não o fariam em outra circunstância. Em Os 8:7, o profeta descreve magistralmente uma nação rumando para a destruição.

Os que procedem no jugo desigual estão semeando verdadeiras tempestades para si mesmos, para sua família e para a sua Igreja. Diante de todo o conjunto de admoestações e exemplos bíblicos, que são mais do que claros sobre esse princípio, podemos concluir lembrando que, assim como não podemos impedir ninguém de tomar esta ou aquela decisão, tampouco os costumes e valores do mundo nos obrigarão a rebaixar nossos princípios, padrões morais e normas. Jugo desigual é jugo desigual. Nosso dever é agir de modo mais enérgico como Igreja, mostrando o perigo aos que nele incorrem. Isso dará mais trabalho aos líderes, pastores, membros, pais e mães. Muito mais trabalho. Mas deixaríamos de fazê-lo? Muitos caminham para um abismo e mal se apercebem disso. Não conhecem o Deus a quem professam seguir. Sua fé é teórica. Que bom que, para o bem de todos, os cravos nas mãos de Cristo, não eram nada teóricos. E isso ainda tem significado em pleno século XXI. Jesus convida os jovens a parar e refletir sobre a Cruz diariamente. Temos nos esforçado para envolvê-los numa caminhada diária com Cristo, para que, antes de precisar escutar um conselho humano, escutem a Sua Voz?

por Kerlon P. Wolff - pastor da Igreja Adventista na região de São Mateus-MA.

Um comentário:

  1. Gostei muito de todo o texto, mas tenho um comentário a fazer quando a "o querer fazer"!
    Você utilizou o termo "Livre-Arbítrio" de uma forma interessante.
    Você crê mesmo que Deus não passa por cima quando faz O Seu Plano correr da forma como Ele planejou?
    Volte a ler os capítulos 9, 10 e 11 de Romanos, tendo em foco a Determinação de Deus para Judeus e Gentios.
    Porém o corpo eclesiástico não existe para "IMPOR", existe para auxiliar na caminhada.

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