Com o objetivo de esclarecer de uma vez por todas quais são as reais consequências do uso do salto alto para as mulheres, uma equipe de cientistas ingleses resolveu realizar um estudo. O que o estudioso Marco Narici, da universidade Manchester Metropolitan University, e seu grupo de pesquisadoras descobriram é que realmente há danos permanentes nas pernas que são causados pelo uso desses tipos de calçado. Ao empurrar os calcanhares para cima, o salto alto encurta os músculos da panturrilha. Depois de já ter sido provado que a diminuição frequente do músculo pode levar a uma contração permanente, atestou-se, agora, que as viciadas em salto podem sofrer efeitos duradouros na anatomia das pernas.
O primeiro passo da equipe foi encontrar uma boa amostra de pernas. Para isso, colocaram um anúncio no jornal convidando qualquer uma que usasse saltos de pelo menos 5 centímetros regularmente – mínimo de 5 vezes por semana durante dois anos. Das 80 voluntárias que se apresentaram, 11 foram escolhidas. Elas se queixavam de desconforto ao andar sem saltos. Como forma de controle a equipe também recrutou nove mulheres com aversão a saltos.
O cientista começou o estudo comparando o volume de músculos da panturrilha usando imagens de ressonância magnética. Elas mostraram que as fibras musculares das panturrilhas de quem utilizava o salto eram 13% menores, na média. À princípio, músculos com fibras menores devem exercer menos força para baixo, fazendo a pessoa ficar menos firme.
Posteriormente, a atenção dos pesquisadores voltou-se para o tendão de aquiles, que liga a panturrilha até o calcanhar. Descobriram que era significativamente mais espesso e mais duro em quem usava saltos. Essa rigidez transforma-se em força perdida devido aos calcanhares menores. Para diminuir os efeitos do uso, o responsável pela pesquisa recomenda a prática de exercícios de alongamento.
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