Isabela Caban, do Globo, com agências internacionais
Tremor destrói via expressa próximo de Santiago, no Chile.
RIO - O terremoto de 8,8 graus que atingiu o Chile na madrugada deste sábado era previsível, porque preenche uma lacuna sísmica deixada por dois outros tremores devastadores no passado. O tremor também foi sentido em São Paulo porque o tipo de solo da cidade aumenta a amplitude da onda sísmica. O físico Humberto Travaglia, do Observatório Sismológico de Brasília, explica que a onda sísmica caminha pelo solo.
- O tremor foi sentido em São Paulo, porque o solo de lá é mais sedimentar, ou seja, mais solto. Esse tipo de solo aumenta a amplitude da onda sísmica - explicou.
O epicentro do terremoto no Chile foi localizado a uma profundidade de 35 quilômetros, na costa da região de Bio Bio, que fica a uma distância de 230 quilômetros ao norte do foco de um outro tremor, de 9,5 graus, em 1960, que foi o maior já mensurado por instrumentos até hoje no mundo e deixou 1,6 mil mortos.
- Nenhum grande terremoto ocorreu nesta região do Chile desde 1835, quando um grande terremoto foi observado pelo (cientista britânico) Charles Darwin. Desde então, estima-se que havia um potencial acumulado de 10 metros de deslocamento - explicou o sismólogo Roger Musson, da agência geológica britânica.
O terremoto ocorreu na divisa entre as placas tectônicas de Nazca e Sul-americana. Elas se movimentam verticalmente a uma velocidade de 80 mm por ano. A placa de Nazca é considerada uma espécie de "chão" do Pacífico na região. Por ela estar sendo empurrada para baixo, a região se torna uma das mais ativas, em termos sísmicos, do planeta.
O físico brasileiro ressalta que os terremotos de 3 a 4 graus na escala Richter são recorrentes no Chile. Mas o tremor dessa madrugada foi bem elevado.
- Quando há tremores assim em zonas costeiras, o alerta de Tsunami se dá automaticamente porque a água pode descer ou subir junto com a placa que foi deslocada. É como se desse um tapão na água.
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