Libna Stevens
Fonte: Divisão Interamericana [link original]
21 de janeiro de 2010
[Porto Príncipe, Haiti] A Igreja Adventista do Sétimo Dia no Haiti informa que 522 membros da igreja foram mortos pelo terremoto de magnitude 7,0 que atingiu na semana passada. Mais de 55 igrejas foram destruídas, 60 igrejas parcialmente danificadas e cerca de 27 mil membros da igreja ficaram desabrigadas na cidade capital de Porto Príncipe. Muitos dos mortos estavam dentro da igreja no momento da catástrofe, entre eles, 450 jovens. O relatório oficial veio após a reunião com os líderes da Igreja da Divisão Interamericana, acontecida hoje. Somente agora foi possível a divulgação do relatório face as dificuldades enfrentadas naquele país, que teve o sistema de comunicação inoperante por alguns dias. Foi preciso contactar a todos, como pastores, os funcionários da igreja, membros, e visitar os templos.
"Isso é muito, muito triste", disse Blaise Sylvan, presidente da Igreja na região central de Porto Príncipe, onde os efeitos do terremoto foram os piores e onde 300 membros perderam suas vidas. Entre os mortos estavam 14 que cantavam no coral quando o teto e as paredes da igreja, que fica perto do Palácio Presidencial, desabaram sobre eles. Outros membros do coral conseguiram escapar.
"Temos mais de 12.000 membros da igreja que perderam suas casas e ficaram apenas com as roupas que estavam usando, e nada mais", informa ele. Blaise, cuja casa sofreu danos e junto com sua família precisou dormir fora de casa, também informou que mais de 300 membros ficaram feridos. Os milhares de desabrigados estão a procura de abrigo nas 50 igrejas e centros de acolhimento nos 30 distritos pastorais do Haiti. Várias escolas foram destruídas e danificadas.
Cerca de 220 membros da Missão Haitiana do Sul foram notificados mortos quando uma igreja caiu sobre eles, de acordo com o Pastor Jean Bernard Banatte, presidente da Igreja no sul do Haiti. Cerca de 15.000 membros da igreja perderam suas casas, quatro escolas destruídas, uma loja Adventista de livros destruída, e cerca de 280 feridos. Ali, doze templos foram destruídos e 30 receberam mais extensos danos, informou Banatte.
O relatório da Igreja informa também que entre os mortos estavam 450 jovens. "Estamos tristes porque muitos membros perderam a vida nesta tragédia e ainda somos tão gratos que o Senhor poupou a muitos, e o número de mortes não foi maior", disse o Pastor Israel Leito, presidente da Igreja na América Latina, que falou aos principais líderes da igreja local em Porto Príncipe.
O pastor Leito acompanhou Filiberto Verduzco, tesoureiro da Igreja na América Central ao Haiti. Juntos, eles visitaram instituições adventistas afetadas, ofereceram orientação no atendimento aos membros atingidos, começaram o processo de avaliação das igrejas danificadas, os planos estabelecidos para o fluxo de fundos de emergência, prevista a reconstrução de igrejas e coordenada com os esforços da Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (ADRA), no esforço de ajuda de cerca de 20 mil pessoas abrigadas no campus da Universidade Adventista.
"A igreja mundial quer saber como a igreja tem sido afetada no Haiti e a igreja mundial está aqui para ajudá-los", disse o Pastor Leito.
No início da semana, a Divisão Norte-Americana prometeu 500 mil dólares em dízimos e a Associação Geral outros US $ 200 mil para serem usados no auxílio a Igreja Adventista no Haiti. "A Igreja não abandonou vocês, estamos com vocês neste momento e, por isso, temos de organizar bem o nosso sistema aqui para gerir esses fundos, e reconstruir nossas igrejas e cuidar de nossos trabalhadores e membros da igreja também", acrescentou o Pastor Leito.
"Agradecemos a Deus que Ele teve o cuidado da maioria do nosso povo", disse Theart Saint-Pierre, presidente da Igreja no Haiti. "Todos estão traumatizados, mas louvamos a Deus por Sua bondade." Saint-Pierre acrescentou que eles estavam tristes pela perda de seu diretor de Publicações na semana passada e da filha de um funcionário da igreja, que atuava na Missão Noroeste do Haiti. O prédio da Missão recebeu algum dano na sua estrutura e terá de ser avaliado para a segurança.
Os líderes da Igreja na vizinha República Dominicana têm ajudado na coordenação de suprimentos através de agências não-governamentais. Os arranjos estão sendo feitos agora para fornecer alimentos e outros suprimentos aos milhares de membros da igreja.
"Depois de ouvir a magnitude das perdas de membros, o que se deve avaliar é o dano de propriedade para todas as nossas igrejas e instituições", disse Verduzco. "É também muito importante que o nosso sistema financeiro esteja funcionando corretamente aqui para canalizar os fundos". "Nossa principal preocupação é cuidar das necessidades básicas, mas temos de avançar rapidamente e trabalhar na reconstrução de nossos templos", disse o Pastor Leito.
No sábado passado, a Rádio Adventista Esperance realizou um serviço religioso especial. Os membros da igreja estarão reunidos em pequenos grupos, enquanto os pastores de outras regiões afetadas da igreja estarão unidos para ministrar e oferecer apoio espiritual, disseram os líderes.
Durante as 2 horas de reunião com os líderes da Igreja, havia uma preocupação crescente com os danos que a Universidade Adventista recebeu em seus edifícios e à gestão das 20 mil pessoas que se refugiam no campus.
ADRA Internacional e Interamericana, juntamente com a ADRA Haiti, começou a coordenar os esforços de ajuda através da sua equipe de avaliação apenas algumas horas depois do terremoto.
"A equipe da ADRA veio com 24 pessoas e outras ONGs se juntaram a nosso comboio", disse Wally Amundson, diretor da ADRA Interamericana, que chegou à República Dominicana dois dias após o terremoto e cruzou a fronteira com o Haiti.
"Nós ajudamos o hospital durante os primeiros estágios de organização e de transporte médicos no Haiti", disse Amundson. A ADRA buscou trabalhar para estabelecer rapidamente os sistemas de purificação de água, distribuir alimentos e suprimentos, e supervisionar os refugiados no campus, ele acrescentou.
"O mundo inteiro chorou pelo Haiti, a Igreja Adventista Mundial tem chorado pelo Haiti", disse Charles Sandefur, diretor da ADRA Internacional, aos líderes da igreja. "Estou feliz que a ADRA é capaz de responder às necessidades humanitárias aqui; e vai estar aqui para o longo prazo, uma parceria com vocês por isso", prometeu.
Sandefur disse que alguns doadores de todo o mundo estão dispostos a ajudar o povo do Haiti por três anos. "Queremos concentrar os nossos esforços humanitários para o campus com os milhares de motivos e ao redor do campus. Vai ser complicada e terá muita energia, mas pela graça de Deus vamos fazê-lo."
“Até agora, as igrejas em toda a América do Norte recolheram uma oferta especial de mais de 1 milhão de dólares, em 16 de janeiro de beneficiar os esforços da ADRA no Haiti. Esses fundos e com o apoio de uma rede de 14 países irão ajudar nos esforços humanitários, e a ADRA será gestora aqui”, acrescentou Sandefur.
O Hospital Adventista, que está a poucos minutos da universidade, não recebeu grandes danos à sua construção. No entanto, as equipes médicas retomaram algumas operações do lado de fora. “As atividades médicas continuam sem parar, destacou o diretor médico Dr. Lesly Archer. "Temos trabalhado 24 horas para ajudar os pacientes", completou o médico.
De acordo com o médico, “muitas equipes médicas já foram chegando para ajudar na assistência a cerca de 400 pacientes que permanecem fora do terreno do hospital em tendas improvisadas e os novos pacientes que chegam todos os dias”.
Imediatamente após o terremoto, o doutor Elie Honore, diretor de Ministérios de Saúde para a Igreja na América Latina, solicitou a ajuda da Universidade de Loma Linda e Hospital Flórida, pedindo médicos para coordenar e canalizar suprimentos médicos para o hospital. "Estamos gratos por todos os médicos que se deslocaram para nos ajudar aqui", disse Archer. "Nossa maior necessidade é agora para ortopedistas e anestesistas", concluiu.
"Vamos continuar a apoiar e reafirmar nossa igreja com visitas regulares aqui", disse o Pastor Leito. "A única coisa que nós nos empenhamos em circunstâncias como essas é que as pessoas sentem que têm um valor, que não são apenas jogadas de lado.".
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