quarta-feira, novembro 30, 2011

Beber bastante água faz mesmo bem à saúde


O antigo adágio que recomenda beber oito copos de água por dia para garantir a saúde do organismo é considerado um mito por muitos [muitos que não conheciam o que Ellen White escreveu há mais de um século – leia nota abaixo]. Porém, pesquisas realizadas ao longo dos anos sugerem que beber mais água ajuda mesmo a limpar os rins de sódio, ureia e toxinas do corpo. No ano passado, dois grandes estudos encontraram um menor risco de problemas renais em longo prazo entre as pessoas que bebem mais água e outros líquidos diariamente. Em um relatório publicado na revista Nephrology de março, pesquisadores da Universidade de Sydney, na Austrália, e de outras instituições acompanharam mais de 2.400 pessoas com mais de 50 anos. Aquelas que bebiam mais líquidos – cerca de três litros por dia – demonstraram ter um “risco significativamente mais baixo” de doença renal crônica do que aquelas que bebiam menos.

Além disso, em um estudo publicado no mês passado no The Clinical Journal of the American Society of Nephrology, cientistas canadenses acompanharam 2.148 homens e mulheres saudáveis, com idade média de 46 anos, durante sete anos. Eles observaram os marcadores da função e da saúde renal e utilizaram o volume de urina para determinar a quantidade de líquidos que os indivíduos bebiam diariamente. Após controlar fatores como o diabetes, o fumo, medicamentos e outros, eles descobriram que aqueles que tinham maior volume de urina – em outras palavras, aqueles que beberam mais líquidos – eram menos suscetíveis ao declínio da função renal.

De acordo com os autores, os resultados não incentivam a ingestão de “quantidades abusivas de líquidos”, que podem causar efeitos colaterais. Mas fornecem evidências de que aumentar moderadamente a ingestão de líquidos, para mais de dois litros por dia, “pode de fato trazer benefícios ao rim”.

“Acredite você ou não, agora parece haver provas de que o ‘mito’ segundo o qual beber oito copos grandes de líquido por dia faz bem aos rins se sustenta”, disse o Dr. William Clark, um dos autores do estudo e nefrologista no Centro de Ciências da Saúde de London, em Ontário.

Conclusão: um aumento moderado de ingestão de líquidos pode proteger os rins.

(UOL)

Nota: Esse é o tipo de pesquisa que serve para nos ensinar pelo menos duas coisas: (1) fique sempre com um pé atrás quando lê sobre certas novidades nas áreas de saúde (física e/ou mental); dietas vêm e vão; novos tratamentos, idem; mas o que fica é o que a revelação já nos havia orientado: os oito remédios naturais; (2) acredite no que Deus, por Sua bondade, já nos revelou no passado; seguir essas orientações é sempre o caminho mais seguro.[DB]

segunda-feira, novembro 28, 2011

Descoberto túmulo de Filipe, apóstolo de Jesus


Um túmulo, que se crê ser de São Filipe, um dos 12 apóstolos, foi descoberto na cidade de Hierapolis, na Turquia. Segundo a agência turca Anadolu, o professor italiano Francesco D’Andria, em comando da exploração, disse que arqueólogos encontraram o túmulo da figura bíblica, um dos 12 discípulos de Jesus, enquanto trabalhavam nas ruínas de uma Igreja recém-descoberta. “Há anos que procuramos o túmulo do apóstolo Filipe”, disse o professor à agência. “Finalmente encontramo-lo nas ruínas de uma igreja, que começamos a explorar há um mês.” A estrutura do túmulo e os dizeres escritos nas paredes provam que ele pertence a São Filipe. O professor disse ainda que os arqueólogos trabalhavam havia anos com a esperança de encontrar o túmulo, e que esperam que este tenha um destino privilegiado para exposição.

São Filipe, reconhecido como um dos mártires do cristianismo, deve ter morrido em Hierapolis, segundo cientistas, por volta de 80 d.C. Acredita-se que tenha sido crucificado de cabeça para baixo, ou decapitado. O nome Hierapolis significa “cidade sagrada”.

(DN Globo)

domingo, novembro 27, 2011

UFC: Ultraje Feroz do Corpo


Dois homens em uma arena chutam cabeças e esmurram fígados, e isso rende o delírio da galera. Um quer a deformação do corpo do outro, e isso rende fama e fortuna. UFC (Ultimate Fighting Championship) quer dizer mesmo é Ultraje Feroz do Corpo. Mas para que ninguém fique a pensar na degradação física e espiritual do momento, é preciso fazer dessa rinha de galos um espetáculo televisivo. A TV Globo, que se recusava a cobrir as lutas do MMA (as artes marciais mistas), gasta sua semana esportiva explicando que agora, com novas regras, as lutas são “um pouco menos violentas do que o vale-tudo”, como disse o apresentador Luís Ernesto Lacombe. A sinceridade foi logo corrigida na fala seguinte: “Mas é bem bacana.”

É bem bacana, então, ver a brutalidade elevada à categoria de esporte “civilizado”. É bem bacana, então, assistir a violência de socos, pontapés e sufocamentos. É bacana ver o público se extasiar quando um homem é espancado no chão (mas agora o juiz intervém mais rápido. Antes que um assassine o outro ao vivo e em HD, né?).

(A Globo escalou Galvão Bueno para narrar o combate. Quem assistir, ouvirá um “É teeeeee... trico?!”. Os fãs do UFC não queriam o Galvão de locutor das lutas. Mas o que eles queriam? Galvão de calção e Anderson Silva na narração?)

As lutas de vale-tudo eram só um pouco piores do que as do UFC. Só paravam quando um dos lutadores estava desfigurado. No UFC, ao que parece, há que se ter não só a destreza e o domínio de artes marciais conjugadas, mas também estratégia e inteligência para vencer o combate.

No entanto, assim como a filosofia espiritual que cerca a tradição das artes marciais orientais foi banida dos filmes de “kung-fu”, nas lutas do MMA também não restou um traço da espiritualidade de antigos guerreiros. Sobram apenas chutes no rosto e cheiro de sangue.

Homero descreveu assim o feroz e mítico combate entre Epêo e Euríalo: “Rangem as mandíbulas ao receberem os golpes [...] e o divino Epêo, lançando-se sobre o adversário, aplica-lhe tão tremendo golpe, que Euríalo cai inerme, vomitando negros coágulos de sangue”. Os nomes gregos saíram, mas os apelidos conservam o apelo mitológico: Minotauro, Cigano, Spider, The Beast. Mas outros chamam a fúria pelo nome: Demolition Man e African Assassin, que dispensam traduções.

O UFC está de acordo com as regras de entretenimento de uma civilização doente. É a nossa civilização que produz filmes que consagram a velocidade e a ferocidade, filmes feitos com muita adrenalina e pouco neurônio, filmes que glorificam machões que falam uma piadinha após decepar outros machões.

Espetáculo da meia-noite, o Ultraje Feroz do Corpo aplaca nossa primitiva sede de sangue por alguns minutos. Depois, cada um faz suas orações e vai dormir.

sábado, novembro 26, 2011

Ser gay é pecado?

Em seu programa de tevê e nos cultos, o pastor Silas Malafaia, da Assembleia de Deus, um dos maiores porta-vozes do conservadorismo religioso no País, costuma repetir a ladainha: “Homossexualidade na Bíblia é pecado. Pode tentar, forçar, mas é pecado.” Mas será mesmo pecado ser gay? Não, contestam, baseados na interpretação da mesma Bíblia, sacerdotes cristãos, tanto católicos quanto evangélicos. Para eles, a mensagem de Jesus era de inclusão: se fosse hoje que viesse à Terra, o filho de Deus teria recebido os homossexuais de braços abertos. “Orientação sexual não é o que vai definir a nossa salvação”, afirma o bispo primaz da Igreja Anglicana no Brasil, dom Maurício Andrade. “É muito provável que as pessoas homoafetivas fossem acolhidas por Jesus. O Evangelho que ele pregou foi de contracultura e inclusão dos marginalizados”, opina. Segundo o bispo, ao mesmo tempo que não há nenhuma menção à homossexualidade no Novo Testamento, há várias passagens que demonstram a pregação de Jesus pela inclusão. Não só o conhecido “quem nunca pecou que atire a primeira pedra” à adúltera Maria Madalena. [...]

“Jesus inaugura o momento da Graça, os Evangelhos atualizam vários trechos do Velho Testamento. Ou alguém pode imaginar apedrejar pessoas hoje em dia?”, questiona dom Maurício, para quem a interpretação da Bíblia deve se basear no tripé tradição, razão e experiência cotidiana. “Quem interpreta que a Bíblia condena a homoafetividade está sendo literalista. Cada texto bíblico está inserido num contexto político, histórico e cultural, não pode ser transportado automaticamente para os dias de hoje. Além disso, a Igreja tem de dar resposta aos anseios da sociedade, senão estaremos falando com nós mesmos.” [E quando a Bíblia condena o adultério, a fofoca, as bebedeiras, etc.? Quem prega contra essas coisas também está sendo “literalista”?] [...]

Com o reconhecimento pelo Superior Tribunal de Justiça, em 25 de outubro, da união civil de duas lésbicas, é possível que a intolerância religiosa contra os homossexuais volte a se acirrar. No Twitter, Malafaia atiçava os seguidores a enviar e-mails aos juízes do Tribunal pedindo a rejeição do recurso. Em vão: a união entre as duas mulheres gaúchas, juntas há cinco anos, ganhou por 4 votos a 1.

A partir da primeira decisão do STF, foi criada, informalmente até agora, uma frente religiosa pela diversidade sexual, que reúne integrantes de diversas igrejas: batistas, metodistas, anglicanos, luteranos, presbiterianos, católicos e pentecostais. Coordenador do grupo, o metodista Anivaldo Padilha (pai do ministro da Saúde, Alexandre Padilha) diz que a homossexualidade é hoje um dos temas que mais dividem as igrejas, tanto evangélicas quanto católicas. “Quem alimenta o preconceito são as lideranças. Os fiéis manifestam dificuldade em obter respostas, porque no convívio com amigos, colegas ou mesmo parentes que sejam homossexuais não veem diferença.” [...]

“A Bíblia, infelizmente, tem sido usada para defender quaisquer posicionamentos, desde a escravidão (sobram textos que legitimam a escravatura) ao genocídio”, opina o pastor Ricardo Gondim, da Igreja Betesda de São Paulo, protestante. [Aqui Gondim comete um grave equívoco. A Bíblia não recomenda a escravidão, apenas a tolera como costume. Assim como, ao relatar o fato de que alguns patriarcas consumiram bebidas alcoólicas e praticaram a poligamia, não está, com isso, autorizando essas práticas. No caso dos genocídios, é preciso analisar o contexto.] “Como o sexo é uma pulsão fundamental da existência, o controle sobre essa pulsão mantém um fascínio enorme sobre quem procura preservar o poder. Assim, o celibato católico e a rígida norma puritana não passam de mecanismos de controle. O uso casuístico das Escrituras na defesa de posturas consideradas conservadoras ou ‘ortodoxas’ não passam, como dizia Michel Foucault, de instrumentos de dominação.” [Gondim erra mais uma vez. Misturar celibato católico com o homossexualismo é o cúmulo da distorção bíblica e histórica.]

“Um teólogo que eu admiro muito, Carlos Mesters, costuma dizer que a Bíblia é uma flor sem defesa. Dependendo da mão e da intencionalidade de quem a usa, a posição mais castradora ou a mais libertadora pode ser defendida usando-a”, concorda a pastora Odja Barros, presidente da Aliança de Batistas do Brasil, espécie de dissidência da Igreja Batista que aceita homossexuais entre seus integrantes – são seis igrejas no País. [Barros está correta, embora tenha abraçado a visão “libertadora”, claro. O ideal é permitir que a Bíblia se interprete a si mesma, deixando de lado motivações e interesses dos leitores.] [...]

Um dos pontos principais para a compreensão da questão à luz da Bíblia, de acordo com Odja Barros, é desconstruir as leituras mais hegemônicas, patriarcais, que afetam a vida não só dos gays, como das mulheres. Há trechos, por exemplo, que justificam a submissão e a violência contra a mulher. A própria Odja só se tornou pastora graças a essa releitura. [Outro erro. Mais uma vez é preciso ressaltar o fato de que a Bíblia descreve a cultura em que foi redigida e, em nome da aceitação da mensagem sem grandes impedimentos, em alguns casos, tolera essa cultura. Do ponto de vista divino – e isso é claro na Bíblia –, homem e mulher foram criados iguais e detêm a mesma dignidade. Paulo recomenda a mútua submissão, ao passo que as feministas gostam de ressaltar apenas o texto em que ele recomenda à mulher ser submissa ao esposo.] [...]

“Além disso, hoje temos conhecimento de uma gama impressionante de comportamentos sexuais entre os animais, o que inclui homossexualidade e hermafroditismo”, defende o padre católico [homossexual] James Alison, britânico radicado em São Paulo. [Opa! Os animais também praticam canibalismo, suicídio coletivo e mantêm outros comportamentos “bárbaros”, certamente derivados da degeneração pós-pecado. Vamos nos nivelar aos irracionais, então? Serão eles nosso referencial de conduta? Isso é o que dá abraçar a filosofia darwinista...] [...]

Para o padre, a falta de discussão no catolicismo sobre a homossexualidade “emburreceu” as pessoas para o debate em torno da pedofilia, que tanto tem causado danos à imagem da Igreja nos últimos anos. Daí a reação lenta diante das denúncias. E também se tornou um obstáculo à evangelização. [Se o negócio é relativizar, por que condenar a pedofilia? Há pessoas que a defendem como forma de afetividade “normal”. E agora? E o incesto? Por que seria errado? A Bíblia o condena, certo, mas essa condenação não viria também de uma leitura “literal” dela? Além disso, animais praticam “pedofilia” e incesto...]

(Cynara Menezes, Carta Capital)

Nota: O que alguns líderes religiosos liberais parecem não perceber é que Jesus acolhia o pecador a fim de que este tivesse a vida transformada. Para a mulher apanhada em adultério – que Jesus perdoou incondicionalmente –, Ele disse: “Vá e não peques mais.” Jesus ama e abraça o pecador, mas odeia e rechaça o pecado, pois o pecado destrói o ser humano e desfigura a imagem de Deus nele. Respondendo à pergunta do artigo acima (Ser gay é pecado?): não, ser gay não é pecado, tanto quanto ser humano (com sua natureza pecaminosa) não é pecado. Pecado é dar rédeas soltas a essa natureza. Pecado é viver “na carne”, como diz a Bíblia. Ser gay (ter tendências homossexuais), portanto, não é pecado; manter um estilo de vida homossexual, isso, sim, segundo a Bíblia, é pecado. Líderes religiosos liberais podem tentar amenizar o discurso para parecerem politicamente corretos, mas, se forem fieis à Palavra de Deus, deverão admitir que manter relações sexuais com pessoas do mesmo sexo (assim como praticar sexo fora e antes do casamento) é considerado pecado por Aquele que inspirou a redação das Escrituras. Deus criou um homem e uma mulher para, no contexto matrimonial, desfrutarem do sexo numa relação de amor e compromisso. Biblicamente falando, é isso. Mas esse mesmo Deus concede liberdade para cada um viver como bem entende – em pecado ou não.[MB]

Leia também: "Gays nascem gays?"
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